Saturday 14 June 2008

Por aí...

Num dia desses encontrei o Negão numa padaria tomando um café... Ele reclamava que uma tal HIlary tava lhe enchendo demais o saco, quer porque ele era meio negão, quer porque ele não sabia o que tava dizendo... Porra, eu como não gosto muito de ouvir lamentações alheias, fiz que meu celular começou a tocar e sai de fininho dali... Papo chato pra caralho...
Fingindo que ia no banheiro, sentei em outra mesa, nos fundos da padoca.
Eis que me passa um sujeito esquisito e senta na minha frente, já que o lugar, aos sábados, fica meio lotado... O cara falava de como tinha tocado na noite anterior e estava cansado de se drogar. Porra, eu tava com muito azar mesmo, quando não é o Negão se lamentando é um cheirador me aporrinhando. O cidadão, meio acabado pela idade já avançada, dizia que tocava muito, que não agüentava mais, que já tinha cheirado as cinzas do pai, que já tinha transado com tantas mulheres que perdeu a conta e essas conversas de buteco... Caralho, como é que vou fugir desse traste, pensei eu.
Como a sorte sempre está ao meu lado, ainda mais num sábado de sol, chegou um amigo meu, das antigas mesmo, e me fez um sinal pra sentar com ele numa mesa lá da frente que tinha acabado de ficar vaga. Nela estavam sentados uns tipos estranhos, vestidos de motoqueiros. Mas na verdade, pelo estilo, parecia mais um bando de velhos querendo descobrir o significado da vida.
Enfim, fazia tempinho que não via esse meu amigo e resolvi ir lá, afinal, o chapado, com aquela cara, parecia mais uma pedra que rolou alguma montanha abaixo.
Sentando lá, meu amigo me dizia das coisas que tinha conhecido, que tinha feito pelo mundo. Bastante viajado esse meu amigo. Mas aí, começou a me contar de um lance que tinha ocorrido quando chegara ao Brasil. Ahhh meu querido, confundir mulher com travesti não dá né mermão! Cortei o papo na hora! Biiixo, não dá pra acreditar que um homem não sabe o que é uma mulher.
Resolvi ir embora dali. O lugar tava muito movimentado e já foi melhor freqüentado. Mas antes, como já tinha tomado três cafés, fui ao banheiro, agora de fato, pra dar uma desaguada.
Cheguei lá tinha um cara se lamentando e com medo de sua mulher. O cara tava conversando com um outro e falando que tinha gastado todas as economias da família com um rato falante que iria lhe contar o maior segredo do mundo.
Caralho, vai ser burro assim lá pro norte da América. O pior, segundo o careca gordo de calça azul, era que o rato não falava (capaz!), tinha sumido e não avisou pra onde iria.
Depois de ouvir aquilo resolvi ir embora duma vez. Aquele lugar tava ficando muito surreal pra mim.

2 comments:

Jr said...

Você anda visitando uns lugares estranhos né não?
Até me lembra "peixe grande", um filme estranho pra caralho...

Jr said...

Depois de uma boa explicação sobre o post, ele ficou reeeeealmente super interessante! Antes também era, mas encaixando melhor as coisas da pra ver onde anda a mente do Zé pra escrever...